quinta-feira, 14 de abril de 2011

Candidíase




Edema vilositário x Vilos intermediários imaturos

Os vilos intermediários imaturos predominam entre 8-22ª semana de gestação e tem entre 100 a 400 micrômetros. São originários dos vilos mesenquimais. O estroma deste vilo é caraterístico por conter células mesenquimais que formam canais ao longo do maior eixo do vilo. Dentro desses canais são avistadas as células de Hofbauer (macrófagos), estes podem se mover dentro destes canais. Este vilo contem, também arteríolas, vênulas e capilares. Poucos podem ser encontrados na gestação à termo. Um fato interessante é que este tipo de vilo muitas vezes é diagnosticado incorretamente como “vilo edematoso”, devido sua semelhança com as vilosidades edematosas.

Kaufmman considera que a maioria dos vilos denominados edematosos são, na verdade, vilos imaturos intermediários. Segundo, Kaufmann, o verdadeiro vilo edematoso é encontrado nos casos de mola hidatiforme e em casos de hidropsia. Também pode haver combinação de vilos intermediários e edematosos nesses casos. Nos vilos edematosos tende a haver uma destruição do estroma e os macrófagos estão em menor quantidade ou ausentes, quando comparados ao vilo imaturo intermediário.

Vilos imaturos intermediários de placenta com 22 semanas de gestação:

Observe vilos imaturos intermediários com as células de Hofbauer no centros dos canais e a presença de células mesenquimais. Há também vilos mesenquimais de menor diâmetro indicando uma placenta imatura.



Figuras 1 e 2 - Aumento de 40x. Na segunda imagem há uma ilha de células  no centro.


Figura 3 - Aumento de 100x. Observe vilos mesenquimais no centro, com calibre menor.



Figura 4 e 5 - Aumento de 200x. Destaque para vilo imaturo na imagem 4 e para vilosidade mesenquimal na imagem 5.


 Figura 6 - Aumento de 400x. Atentar para as células de Hofbauer dentro dos canais.



Figuras 7 e 8 -  Aumento de 100x. Vilosidades edematosas de placenta de feto hidrópico.


Figura 9 - Aumento de 200x. Estrutura se apresenta menos preservada. A correlação anátomo-clínica é importante. Uma vez que em muitos casos pode haver associação de vilos intermediparios imaturos com vilos edematosos.

Referências bibliográficas:

Kaufman P, Benirschke K. Pathology of the human placenta. 3rd ed. New york: Spring-Velarg; 1995.

Huppertz B. The anatomy of the normal placenta. J Clin Pathol 2008;61:1296–1302.

Texto e edição de imagens:

Diego Agra de Souza – R1 da patologia do HCFMRP-USP (2011).

sábado, 2 de abril de 2011

Gardnerella


São pequenas bactérias cocóides, não capsuladas, pleomórficas, imóveis e anaeróbias facultativas. São transmitidas sexualmente, embora, sejam encontradas em 20% das mulheres assintomáticas. Quando sintomáticas apresenta como sintomas: odor de “peixe podre” (produção de aminas), prurido, leucorréia (corrimento acinzentado ou brancacento). Em geral o esfregaço tende a apresentar poucos polimorfonucleares. Os lactobacilos tendem a diminuir, ao passo que outras bactérias como Bacterioides sp, Mobiluncus sp e Mycoplasma hominis, tendem a estar associadas. O pH geralmente está acima de 4,5.
O achado clássico na colpocitologia são as “clue cells”. Observe nas imagens abaixo, pequenos cocos “manchando” a superfície das células escamosas.






Fotos, texto e edição de imagens:

           Diego Agra de Souza - R1 da patologia do HCFMRP-USP (2011).

Referências Bibliográficas

Mckee GT, Gray W. G, editors. Diagnostic Citopathology. 2nd ed. China:  Elsevier; 2003.

Oliveira AB, França CAS, Santos TB, Garcia MAF, Tsutsumi My, Júnior LCB. Prevalência de Gardnerella e mobilluncus em exames de colpocitologia em Tomé-açu, Pará. Rev. Para. Med.  2007 dez 2007;21(4):47-51.