sábado, 14 de maio de 2011

Carcinoma Mucinoso Tubular e Fusocelular do Rim



Definição: É uma neoplasia epitelial polimorfa de baixo com diferenciação tubular, fusocelular e mucinosa.


Sinônimos:  Neoplasia tubular-mucinosa de baixo grau, carcinoma dos ductos coletores de baixo grau e neoplasia epitelial renal mixóide de baixo grau com diferenciação para néfron distal.

Epidemiologia: Ocorre principalmente em mulheres de 30-70 anos.

Origem: As células tumorais possuem aparente diferenciação de segmentos do néfron distal.

Clínica:  Comportamento geralmente benigno, com raras recorrências e metástases.

Macroscopia: Lesão bem delimitada, geralmente confinada ao rim, com o epicentro na zona medular, exibindo aspecto pardoamarelado com áreas mixóides e focos de hemorragia focal, medindo de 3-10 cm.

Microscopia: Neoplasia sólida de crescimento expansivo com pseudocápsula, formada por estruturas tubulares estreitas e cordões de células epiteliais cuboidais com citoplasma eosinofílico e focalmente vacuolado. Outras áreas demonstram células fusiformes brandas, geralmente imersas em um estroma mixóide/mucinoso (Alcian Blue ou Mucicarmim positivo). Não há desmoplasia estromal, atipias celulares, processo inflamatório intratumoral denso, corpos de Psammoma e crescimento infiltrativo.

Estudo imuno-histoquímico: Positivo para "pool" de citoceratinas, CK7, CK19, EMA e CD10 (10%) . Negativo para RCC (07% de positividade) e Vilina. Ki67 menor de 1%.

Biologia Molecular: Perdas cromossômicas múltiplas (-1, -4, -6, -8, -9, -13, -14, -15, -22), porem sem um padrão característico.

Diagnóstico Diferencial:
- Carcinoma de células renais papilífero variante sólida do tipo 1 (pode conter focos fusiformes e túbulos angulados, no entanto não demonstra estroma mucinoso.
- Carcinoma de células renais sarcomatóide (padrão infiltrativo, com células pleomórficas e outras áreas de carcinoma células renais clássico, de células claras ou cromófobo).











Autor:

Drº Paulo Bittencourt de Miranda – R3 da Patologia do HCFMRP-USP - 2011.
Drª Larissa Vertuan Freschi Landfraf - R2 da Patologia do HCFMRP-USP -2011.

Fotos:
Diego Agra de Souza – R1 da Patologia do HCFMRP-USP- 2011.
Paulo Bittencourt de Miranda – R3 da Patologia do HCFMRP-USP -2011.

Referências Bibliográficas:
Eble JN, Young RH. Tumors of the urinary tract. In: Fletcher CDM, editor. Diagnostic Histopathology of Tumors. China: Elsevier; 2007.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Trichomonas vaginalis

         O Trichomonas vaginallis é um protozoário que pode ser encontrado como saprófita ou pode representar um organismo patogênico na vagina. Clinicamente, a infecção por Trichomonas se manifesta por corrimento, sangramentro inter-menstrual e pós-coito, ressecamento vaginal e pontilhado hemorrágico em mucosa vaginal. Morfologicamente, apresenta citoplasma pálido à acinzentado com grânulos eosinofílicos, núcleo oval ou crescente levemente corado. Na colpocitologia geralmente o flagelo não é notado. São esperadas alterações inflamatórias pronunciadas com a presença de polimorfonucleares. Algumas vezes, os protozoários  tendem a ficar agregados à margem da célula escamosa, formando um anel. As células escamosas exibem coloração vermelho-rosada, núcleo aumentado e hipercromático, além de  halos perinucleares.

 




Observar a presença de polimorfonucleares.




 Note Trichomonas vaginallis se agregando ao redor de célula escamosa



No interior do citoplasma são notáveis a presença de grânulos eosinofílicos.

Fotos, texto e edição de imagens:

           Diego Agra de Souza - R1 da patologia do HCFMRP-USP (2011).

 
Referências Bibliográficas

Mckee GT, Gray W. G, editors. Diagnostic Citopathology. 2nd ed. China:  Elsevier; 2003.